sábado, 14 de julho de 2007

Enfermagem: não quebrem a espinha dorsal do sistema.

Leigos em administração hospitalar, incluindo nessa lista uma quantidade imensa de ministros e secretários de saúde e de educação, acreditam piamente que o médico é o profissional mais importante em um hospital. Leigos com verniz acadêmico, como sanitaristas, afirmam em tom demagógico que a "equipe multiprofissional" é decisiva.
Eu não tenho problema algum em afirmar que se por um lado todos são importantes na organização hospitalar, por outro lado, a "cara" do hospital é o corpo de enfermagem. Por que não o médico? Médicos (fisioterapeutas, odontólogos, fonoaudiólogos não deixam de ser médicos ao dominar o binômio "diagnóstico-tratamento" ) são clientes do hospital, pois podem trabalhar ou encaminhar paciente a mais de uma instituição. Imaginem a situação de um médico estacionando um carro em um hospital na região da avenida Paulista. Ele poderá visitar quatro pacientes seus, em quatro hospitais. Mas, a enfermagem será específica de cada um desses hospitais. O médico passa uma visita de meia hora, no momento que melhor se aprouver. A enfermagem rende guarda (tempo dependente) por plantão e controla espaços, situação restrita somente aos médicos de pronto-socorro.
Outro aspecto ignorado, agora pelos economistas e planejadores de saúde, é que o aporte de equipamentos novos, não reduz pessoal, mas ao contrário, aumenta a necessidade de equipe de enfermagem. Exemplo, aparelhos de tomografia e ressonância magnética implicam em equipe de enfermagem específica.
O assunto é longo e apaixonante. Voltarei em breve com mais dados, mas abaixo reproduzo a situação americana retratada pela blogueira do The Wall Street Journal. A frase final vai de encontro ao que expus: Enfermagem é a espinha dorsal do sistema.
Nursing Crisis: NY Legislator Suggests Solutions
Posted by Heather Won Tesoriero
Amid the doomsday scenarios for future of nursing, it’s refreshing to find a bright spot. The Health Blog learned that Clinique, a division of cosmetics giant Estee Lauder, established the Clinique Nursing Scholarship Program this year to encourage people to become RNs. Next week, the company will honor five nursing students and scholarship recipients at a luncheon in New York. The keynote speaker is New York State Assemblywoman and RN
Aileen Gunther (pictured), who is supporting the creation of a federal Office of the National Nurse to raise awareness about health issues and to keep nurses in the health care dialogue.
The Health Blog spoke to Gunther, a Bronx native, with 29 years’ experience in health care, working in everything from obstetrics and emergency room care to infection control. She’s an advocate for RNs, particularly in New York, which has roughly 239,000 nurses, though nearly 70,000 no longer work in the field. The number of nurses on the sidelines is “because of the working conditions,” Gunther told us. “Do you think those people would leave if they had better working conditions? We as a government have to look and listen to those people in the trenches.”
This year, the New York Assembly passed a bill, which is now in the state Senate, that would ban mandatory overtime for nurses. Eleven other states have such laws, Gunther said. When she was a nurse, she was often forced to work back-to-back eight-hour shifts, she tells the Health Blog. Such double-time demands are the kinds of things that drive people, particularly those with families, out of the profession, she said. “I loved being a nurse, and I loved the people I worked with,” Gunther said. “
But as far as quality of life, it’s very, very difficult.”
Gunther thinks the state should also provide supplemental funds to nursing school teaching salaries, too. She said there are waiting lists at the nursing schools in her district because there aren’t enough teachers. For nurses to go into teaching, “they’d take a $20,000 decrease in pay,” she said. “Why not invest in opening up more classrooms? Nurses are the backbone of health care.”

2 comentários:

Karl disse...

Sem discordar dos pontos principais, acho que vc se esqueceu da equipe médica da UTI. Também lá, o médico é específico de cada hospital (com raras exceções, que também valem para enfermagem); também manipula aparelhagem específica; rende plantões, etc.

E, por fim, gostaria que vc explicasse um pouco melhor essa tal equação: manipulação do binônimo diagnóstico-tratamento=medicina...

Lifepassenger disse...

Gostei muito deste artigo. Sem Dúvida que Enfermagem é a coluna do Sistema de Saúde, mas nunca nos podemos esquecer que é a articulação que faz o sistema Funcionar!

Bom Artigo