quarta-feira, 27 de setembro de 2006

Tabagismo passivo: controle maior à vista.

Circulation publica pesquisa que não deverá ter impacto imediato, porém poderá deflagrar ações rigorosas de controle do tabagismo. Em 2003, o condado de Pueblo no Estado do Colorado (EUA) votou em plebiscito o Smoke-Free Air Act que proibiu o fumo em lugares de trabalho, restaurantes, bares, boliches e qualquer outro local público. Multas pesadas foram aplicadas aos fumantes e proprietários de estabelecimento. Pesquisadores de Universidade do Colorado aproveitaram a oportunidade para avaliar a proposta utilizando outro condado como controle, El Paso. A prevalência do tabagismo em Pueblo é 22,6% contra 17,7% em El Paso. O trabalho consistiu em comparar a incidência de infarto do miocárdio 18 meses antes e 18 meses depois da nova lei. O resultado foi uma queda significativa de infartos na cidade de Pueblo de 257/100.000 pessoas-ano para187/100.000 pessoas anos, ou seja uma redução de 27%. Para os habitantes do condado fora da cidade, a redução que ocorreu de 15% não foi significativa. Porém, o mais importante foi que no condado vizinho a queda foi bem menor de somente 3%. Ressalte-se que a incidência em El Paso era menor 120/100.000 pessoas-ano.
Comentário: os resultados apresentados são exuberantes, mesmo considerando que o valor inicial da incidência de infarto do miocárdio em Pueblo era bem maior do que em El Paso. Esse resultado colabora muito para explicar a redução da mortalidade coronariana em vários locais acompanhado da diminuição do tabagismo como ocorreu no Brasil. Porém, dará novo impulso para a eliminação do tabagismo passivo. O futuro dos fumantes será comprar uma campânula onde poderão exercitar o vício.
O resumo poderá ser lido em http://www.ahajournals.org , o artigo somente para assinantes ou quem tiver acesso aos periódicos CAPES. A referência é Bartechi C et.al. Reduction in the Incidence of Acute Myocardial Infarction Associated With a Citywide Smoking Ordinance. Circulation 2006; 114: 1490-6.

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