sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Co-pagamento de medicamentos recebe adesão das redes privadas.

Parece que o bom senso passou a imperar nesse país. Valor Econômico (15/09/06) informa que as principais redes varejistas (Raia, São Paulo, Pacheco, Onofre, Drogasil, Drogão, Panvel, Pague Menos, Araújo) aderiram à fase 2 do programa Farmácia Popular, ou seja vender medicamentos para hipertensão e diabetes fabricados em laboratórios estatais com preço subsidiado. Esse esquema acabará (espera-se_ com a instalação das Farmácias Populares administradas pelo próprio governo, uma invenção venezuelana e que tinha sido aplicada também no governo Arraes em Pernambuco. que conseguiu ao mesmo tempo atacar as bases do Sistema Único de Saúde e a iniciativa privada. De duas, uma: o paciente não tem recurso e recebe gratuitamente na Unidade Básica de Saúde (que apesar de 420 em São Paulo, não permitem acesso 24 horas dia, sete dias por semana) ou se o paciente pode pagar um pouco procura das inúmeras farmácias (hoje, 2413) que existem nas grandes cidades e, compra por preço mais barato.
A chamada fase 1 da Farmácia Popular tornou-se mais um instrumento político eleitoral e, pouco eficaz porque o não se conseguiu criar mais de 200 farmácias populares em conjunto com prefeituras e filantrópicos. A chamada fase 2 da Farmácia Popular tem esse nome também por interesse político-eleitoral, porque se trata de prática já consagrada em vários países chamada de co-pagamento. O paciente munido de uma receita de antihipertensivo procura uma farmácia cadastrada, ao invés de pagar R$ 15,00 pagará R$ 2,00, somente como exemplo. A farmácia envia o dado da compra ao Ministério que reembolsa R$ 10,00. O paciente acabará comprando outros produtos da farmácia que necessita. Enfim, ganham todos.
Mais pontos positivos: (1) a obrigatoriedade de prescrição médica, que poderá evoluir para que o país chegue a ponto de ter dois tipos de medicamentos: os de prescrição e os de prateleira; (2) a possibilidade de se criar um banco de dados para a Central de Segurança de Medicamentos. Um ponto negativo, pequenas farmácias não conseguirão ter estrutura de informática para participar do programa e, poderão perder mais mercado ainda.

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