Tornou-se tradição, a exasperação e indignação dos editores das principais revistas médicas em relação à influência do poder econômico na medicina e nas políticas de saúde. Richard Horton do The Lancet, Georg Lundberg (ex JAMA), Marcia Angell (ex The New England Journal of Medicine) e, agora Catherine D DeAngelis do Journal of the American Medical Association) sempre se propuseram a aumentar a transparência na relação entre leitores e autores, principalmente na declaração de conflito de interesse econômico dos autores, a maioria com a indústria farmacêutica.
Catherine não aceita mais que os próprios autores indiquem se há ou não conflito de interesse, exige que todo e, qualquer apoio seja discriminado na apresentação de qualquer peça bibliográfica.
Chateada com um episódio, onde após questionamento da integridade da análise estatística de artigo apresentado ao JAMA, os autores retiraram o manuscrito do processo editorial de JAMA e, enviaram a outra revista (onde foi publicada com destaque), ela passa a propor um processo dentro das universidades e, também sanções àqueles que não apresentam de forma adequada os conflitos de interesse financeiros relativo às suas publicações com a criação de uma "lista negra" a ser compartilhada entres os editores.
O artigo completo é acessível no site do JAMA
The Influence of Money on Medical Science
Catherine D. DeAngelis, MD, MPH JAMA. 2006;296:
http://jama.ama-assn.org/cgi/content/full/296.8.jed60051
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Um comentário:
Há quem confunda conflitos de interesse com desonestidade, daí a relutância de muitos em desvendar suas ligações, que poderiam interferir de modo inconsciente em determinadas escolhas ou opções.
Ao contrário dessa visão pejorativa, é muito importante que se associe a revelação de áreas de conflito de interesse como características de quem - de tão honesto - deseja mesmo ser conhecido por inteiro, sem ter nada a esconder.
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