segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

A escravidão ainda presente no nosso cotidiano: médicos na periferia.

Durante os últimos meses, jornalistas reproduziram declarações de um ex-ministro, de um ex-secretário, ou de atuais ocupantes culpando médicos por não ocuparem postos de trabalho em unidades básicas de saúde localizados em bairros periféricos, como os extremo leste e extremo sul de São Paulo e, a zona oeste do Rio de Janeiro. Ontem, na Folha de S. Paulo li, artigo afirmando que a bolsa-família no sertão nordestino está afugentando pessoas a buscar ou aceitar empregos formais. O que une o médico e o trabalhador rural nordestino? Simples, não se quer pagar o valor que o trabalho deles merece. Nos Estados Unidos, no excepcional crescimento dos anos 90, as pensões governamentais se reduziram em muito porque os salários eram atrativos.
Em relação aos médicos há outro aspecto interessante: nos bairros periféricos, não faltam somente médicos, mas também professores de segundo grau, empreendimentos comerciais como padarias e farmácias e, a presença de bancos e lojas de roupas/eletrodomésticos é nenhuma. Se as Casas Bahia e o Bradesco não se interessam em se fixar no bairro, porque o médico deveria se deslocar por sua conta e risco para receber um salário nada atrativo?

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