A leitura de jornal nessa quinta-feira, 30/11/06 revela a conjuntura na área da sáude:
Gazeta Mercantil: a secretaria do Planejamento reduzirá o orçamento para a saúde em 2007 embutindo como gasto em saúde, a famosa "bolsa-família" ou mudando a forma de reajuste prevista na emenda constitucional #29 (EC-29).
Folha de S. Paulo: "A resposta brasileira à aids, resultado de decisão política, do ativismo comunitário e do investimento de recursos, é a prova maior de que o SUS pode dar certo. Com apenas 150 dólares per capita ao ano, o sistema público opera verdadeiro milagre, ao manter 500 mil profissionais e 6.500 hospitais; financiar 1 milhão de internações por mês e dar assistência aos portadores do HIV, aos renais crônicos, aos pacientes com câncer; ao realizar a imensa maioria das cirurgias cardíacas, das internações psiquiátricas, dos transplantes e todo o sistema de urgência e emergência, além da vigilância e da prevenção em saúde". artigo de Caio Rosenthal e Mario Scheffer.
comentário: a redução de custos do governo federal tão em voga em período pós-eleitoral tem como alvo, entre outros, a assistência médica. Eduardo Jorge, um dos mais ferrenhos defensores do SUS e, salvo engano, redator da PEC que originou a EC-29, foi um dos primeiros a mostrar que os atuais detentores do poder político federal, tinham (e, continuam a ter) pouca solidariedade com o restante da população. Afinal, eles utilizaram sempre serviços médicos muito bem financiados, com o dos bancos estaduais, Banco do Brasil e outras estatais. De certa forma, o mesmo valeu para trabalhadores de setores dinâmicos da economia, como o automobilístico, com planos de saúde próprios ou convênios médicos. Também, se beneficiaram no setor público: a memória de ex-residente do Hospital das Clínicas nos anos anos 80 é suficiente para não esquecer o tratamento diferenciado recebido por familiar de líder sindical.