terça-feira, 24 de outubro de 2006

Stents farmacológicos: cada vez mais, evidências contrárias.

Esse blog tem se dedicado a seguir a saga dos stents farmacológicos com três posts anteriores. Há bom tempo há evidências fortes que mostram risco aumentado de trombose nesses aparatos quando comparado àqueles sem proteção. O mercado de stents é da cifra de 5 bilhões de dólares e, duas empresas a Boston Scientific e a J&J dominam o mercado, cada um com sua marca, Taxus e Cypher, respectivamente. Alguns pesquisadores já questionaram se os stents farmacológicos forem implantados em todos os doentes com aterosclerose, não haveria quebra do sistema de saúde americano. Não, sei mas com certeza no Brasil isso ocorrerá. Ontem, no Transcatheter Cardiovascular Therapeutics 2006 realizado em Washington foi apresentada a avaliação dos dados primários dos principais ensaios clínicos, onde o uso do Cypher aumentou em 0,6% o risco de trombose e a aplicação do Taxus em 0.4%. Em outras palavras, 2-3 pessoas em 500 apresentam trombose comparada ao uso de stents sem tratamento farmacológico. Em termos populacionais, essa proporção tem impacto muito grande, além de implicar no uso continuado de medicação antiplaquetária por longo tempo.

2 comentários:

Anonymous disse...

O índice mais elevado de trombose no uso de stents farmacológicos, não será devido ao perfil dos pacientes que são submetidos a angioplastia com este tipo de endoprótese?

Anonymous disse...

http://www.estado.com.br/editorias/2006/09/23/ger-1.93.7.20060923.1.1.xml
Efeito colateral de stent intriga médicos
Stent farmacológico é mais eficiente na prevenção de reentupimento das artérias, mas pode causar trombose JORNAL ESTADO DE SÃO PAULO DE 23 DE SETEMBRO DE 2006
Os remédios são liberados pelos stents no primeiro mês depois de implantados.Mas, em alguns casos, a ação anticicatrizante das drogas atrapalha a formação da membrana que naturalmente se forma em torno do stent. 'Parte da prótese fica exposta por mais tempo', conta o cardiologista Expedito Ribeiro da Silva, supervisor do Serviço de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Instituto do Coração (Incor). 'O metal 'atrai' plaquetas (parte do sangue responsável pela coagulação), criando um obstáculo para a passagem de sangue.' Essa é a definição de trombose.
Outra hipótese levantada no congresso sobre a causa da trombose é a capinha onde está embebido o medicamento do stent. 'Não é pelo tamanho, ela é microscópica. Mas não deixa de ser mais um elemento estranho', avalia o cardiologista Mangione. 'Elas liberam medicamentos contra a cicatrização excessiva no primeiro mês, mas depois ficam ali e podem provocar uma hipersensibilidade nas artérias.
comentário: A referida "capinha" é constituída de metilmetacrilato ,substancia acrílica altamente adesiva
devido a sua rugosidade e constituição química, o que provavelmente facilita a adesão intraluminal das plaquetas no stent.
Alguns stents tem como "capinha"o fosfatidilinositol,substãncia que participa da agregação plaquetária .