quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Infecção midiática

Hoje, os jornais falam de mais um caso, a de uma nutricionista (qual a importância da profissão???) que se encontra em sepse e teve extremidades amputadas. Com todo o respeito aos doentes e familiares, pergunto: qual a novidade? Na primeira aula que tive sobre o tema (1977) o professor já apresentou os slides de casos semelhantes e, a explicação fisiopatológica. No decorrer da vida profissional observei vários casos de sepse com essa complicação. Mas, repito, porque tanto interesse?
1. falta de notícia no verão, tal como aconteceu com a "epidemia" de febre amarela em 2008;
2. vontade incontida de médicos comentarem caso clínico que desconhecem (e, pior mostrarem ignorância sobre o tema);
3. interesse da Big Pharma, em conseguir que o SUS financie um blockbuster para sepse que até o momento não se comprovou custo-efetivo;.
4.oportunidade de decretar mais uma vez a 'falência da saúde pública", afinal o hospital que a atendeu era estadual;
5. momento de afirmar que mais uma vez houve "erro médico", que a "máfia de branco" etc etc
Aguardo, com ansiedade as novidades no campo médico, como por exemplo: o câncer se espalha à distância ou derrame cerebral pode levar ao coma ou......

2 comentários:

Gabriela disse...

Muito me espanta um médico questionando a importância de um nutricionista. Aliás, espanta ainda mais quando é um professor de uma universidade pública, que combate a BIG PHARMA. Quer dizer, então, que não é possível prevenir uma série de doenças, apenas com uma alimentação balanceada? Saber as propriedades e as funcionalidades de cada alimento é, sem dúvida, uma importante forma de prevenção. Por que será que existe profissionais de nutrição nos hospitais? A nutrição para pacientes oncológico, por exemplo, é tão importante quanto o tratamento com medicamentos em si. Não sou nutricionista, mas me senti profundamente atingida pelo comentário, inclusive pela falta de humanidade e agressividade gratuita.

Paulo A. Lotufo disse...

Gabriela, questionei qual a importância da profissão de uma doente em sepse, somente isso? Qual a diferença se fosse professora de inglês ou operadora de telemarketing?
Não estamos discutindo propriedades de alimentos, mas sim a publicização da doença.