Minha solidariedade ao colega Ildemar, o querido Zuzu dos tempos de Faculdade. Para quem não o conhece, Ildemar de tão franzino era o "patrão" da equipe de canoagem. Vejam a situação: um senhor de 82 anos já internado na UTI morre, mas um genro e neto resolvem agredir a um médico que nem tinha relação com o atendimento. Alguém, talvez poderia justificar uma agressão por impulsão, se um filho de 3 anos morresse por não atendimento. Mas, trata-se de mais um caso de prepotência apoiada na impunidade vigente. A Prefeitura de São José dos Campos deve ser responsabilizada, caso contrário não haverá médico que queira trabalhar nas suas unidades. Pergunto se haverá a mesma grita que ocorrida quando da covarde agressão à empregada doméstica no Rio de Janeiro por outros cinco cafajestes?
06/08/2007 - 22h03 "Me sinto humilhado", diz médico agredido no interior de SP da Folha Online
O médico Ildemar Cavalcante Guedes, 55, foi agredido por dois familiares de um paciente que morreu no plantão do Hospital de Clínicas Sul, em São José dos Campos, na madrugada deste sábado (4).
Segundo o médico, o paciente, com 82 anos, sofreu falência múltipla de órgãos e morreu às 0h45. Os parentes foram avisados por um enfermeiro e ficaram revoltados. "O genro do paciente veio para cima de mim e me deu um murro. Foi uma agressão gratuita. Eu nem havia atendido o sogro dele. Ele bateu na primeira pessoa que viu com estetoscópio pendurado no pescoço", contou Guedes à Folha Online.
Neste momento, um neto do paciente saltou sobre o balcão e juntou-se ao pai para espancar o médico. "Levei a pior, porque eram duas pessoas me socando ao mesmo tempo. Depois que outros funcionários apartaram a briga, os parentes fugiram", afirma.
"Me sinto humilhado" Guedes reconhece os motivos que levam às agressões. "As pessoas estão revoltadas com o sistema. É avião caindo, é senador corrupto, é educação ruim, é falta de segurança... Tudo isso faz as pessoas guardarem uma insatisfação crescente. Quando encontram um representante do poder público, vão para cima, mesmo que seja alguém que está na mesma situação dele. Eu não tenho poder de mando, sou só um soldado raso", conta. A compreensão, contudo, não o fez esquecer da violência. "Nada justifica uma agressão gratuita, até porque o paciente havia sido bem atendido", conta o médico, que registrou boletim de ocorrência por agressão no 2º DP e pretende processar os agressores na área cível, por danos morais. "Até agora eu me sinto humilhado, com raiva", desabafa. Trabalhando há 26 anos na prefeitura, Guedes afirma nunca ter passado por agressão semelhante, mas diz que as agressões contra colegas tornaram-se comuns nos hospitais públicos. "Já houve um parente quebrou a mandíbula de um enfermeiro", relembra. De acordo com o médico, o problema piorou nos últimos meses, depois que a prefeitura passou a tirar os guardas civis municipais das unidades de saúde. "A prefeitura está negligenciando a segurança", reclama. No hospital onde foi agredido, segundo o médico, três guardas faziam a segurança, mas hoje há apenas um, que fica a maior parte do tempo no estacionamento, para evitar furtos nos carros.
A secretária de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal, Elizabeth Carlos da Motta, diz que médicos e enfermeiros sofrem com ameaças e agressões cada vez mais comuns. A sindicalista conta que, na semana passada, um médico da UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) Campo dos Alemães foi ameaçado de morte por ter se recusado a passar um atestado de médico para um paciente que queria faltar ao trabalho. "Os médicos estão sem segurança", diz Motta, que também culpa a falta de GCMs nas unidades de saúde pelo problema.
O médico Ildemar Cavalcante Guedes, 55, foi agredido por dois familiares de um paciente que morreu no plantão do Hospital de Clínicas Sul, em São José dos Campos, na madrugada deste sábado (4).
Segundo o médico, o paciente, com 82 anos, sofreu falência múltipla de órgãos e morreu às 0h45. Os parentes foram avisados por um enfermeiro e ficaram revoltados. "O genro do paciente veio para cima de mim e me deu um murro. Foi uma agressão gratuita. Eu nem havia atendido o sogro dele. Ele bateu na primeira pessoa que viu com estetoscópio pendurado no pescoço", contou Guedes à Folha Online.
Neste momento, um neto do paciente saltou sobre o balcão e juntou-se ao pai para espancar o médico. "Levei a pior, porque eram duas pessoas me socando ao mesmo tempo. Depois que outros funcionários apartaram a briga, os parentes fugiram", afirma.
"Me sinto humilhado" Guedes reconhece os motivos que levam às agressões. "As pessoas estão revoltadas com o sistema. É avião caindo, é senador corrupto, é educação ruim, é falta de segurança... Tudo isso faz as pessoas guardarem uma insatisfação crescente. Quando encontram um representante do poder público, vão para cima, mesmo que seja alguém que está na mesma situação dele. Eu não tenho poder de mando, sou só um soldado raso", conta. A compreensão, contudo, não o fez esquecer da violência. "Nada justifica uma agressão gratuita, até porque o paciente havia sido bem atendido", conta o médico, que registrou boletim de ocorrência por agressão no 2º DP e pretende processar os agressores na área cível, por danos morais. "Até agora eu me sinto humilhado, com raiva", desabafa. Trabalhando há 26 anos na prefeitura, Guedes afirma nunca ter passado por agressão semelhante, mas diz que as agressões contra colegas tornaram-se comuns nos hospitais públicos. "Já houve um parente quebrou a mandíbula de um enfermeiro", relembra. De acordo com o médico, o problema piorou nos últimos meses, depois que a prefeitura passou a tirar os guardas civis municipais das unidades de saúde. "A prefeitura está negligenciando a segurança", reclama. No hospital onde foi agredido, segundo o médico, três guardas faziam a segurança, mas hoje há apenas um, que fica a maior parte do tempo no estacionamento, para evitar furtos nos carros.
A secretária de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal, Elizabeth Carlos da Motta, diz que médicos e enfermeiros sofrem com ameaças e agressões cada vez mais comuns. A sindicalista conta que, na semana passada, um médico da UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) Campo dos Alemães foi ameaçado de morte por ter se recusado a passar um atestado de médico para um paciente que queria faltar ao trabalho. "Os médicos estão sem segurança", diz Motta, que também culpa a falta de GCMs nas unidades de saúde pelo problema.
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