Mostrando postagens com marcador mão de obra qualificada. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador mão de obra qualificada. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 25 de julho de 2007

A triangulação do mercado de trabalho médico

A agência Reuters publica relato de americanos formados em medicina em Cuba. Eles são oito, mas há mais oitenta e oito em formação. Há um compromisso de trabalhar nos EUA em áreas pobres e carentes. A situação do mercado de trabalho médico pode ser resumido, no seguinte quadro: (1) redução de médicos dedicados à atenção primária nos EUA e Inglaterra(vide os posts anteriores sobre o mercado de trabalho nesses países); (2) insistência em Cuba em criar o “genérico de médico” como forma de amealhar divisas (vide Angola e Venezuela); (3) o fato de que Índia, Paquistão, Gana e Filipinas formam médicos de qualidade, mas não os retém por falta de recursos, aliado ao fato de que os cursos médicos são ministrados em inglês nesses países.
A conseqüência poderá ser: (1) migração cada vez maior de médicos de países com formação boa para ocupar posições nos EUA e Europa; (2) venda de mão de obra médica por parte de Cuba para vários países, inclusive para os Estados Unidos, em áreas carentes. Essa situação já existe em Gana.
Bem, e nós como ficamos? A confusão é tamanha nessa área, que somente chamando a “Denise do charuto”, “o brigadeiro da Infraero” sob a coordenação do ex-ministro Waldir Pires para organizar a formação médica no Brasil.
P.S. as entrevistadas pela Reuters em nenhum momento questionam o exame de qualificação para recertificação do diploma obtido em Cuba a que serão submetidas nos EUA.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Exportação de profissionais: perigo a vista.

Valor Econômico traz relato de que três países estão a procura de profissionais formados no Brasil: Canadá, Austrália e Itália. Obviamente, a famosa má formação educacional brasileira desaparece na argumentação surgem loas à qualificação e profissionalismo do brasileiro. O Canadá procura profissionais de várias áreas como nutricionista, químico, matemáticos, engenheiros e assistentes sociais. A Austrália procura administradores e pessoal de tecnologia de informação. A Itália está a procura de enfermeiros.
Canadá e Austrália são países tradicionalmente importadores de mão de obra, mas a Itália está agora entrando no mercado e, procurando um profissional bastante raro no mundo: o enfermeiro. O Brasil, particularmente São Paulo, forma enfermeiros muito bons. Por isso há necessidade de enfrentar a questão da internacionalização de profissionais com políticas claras e definidas e, elas existem. Caso contrário, estaremos formando pessoas para esses países sem qualquer retorno, a não ser talvez daquele que se aposenta e, virá receber aposentadoria pelo INSS. Melhor e mais barato do que criar uma escola de enfermagem na Itália é com certeza contratar profissionais brasileiros, na visão dos italianos.

sábado, 10 de março de 2007

A Câmara de Especialização Médica

Somente no Brasil, entre as economias respeitáveis, ocorre a liberalização da especialização médica. Na pátria do liberalismo, os Estados Unidos, há controle do número de especialistas. Por isso, a proposta do MEC e Ministério da Saúde merece toda consideração. O ideal é a criação de uma Câmara de Especialização Médica que defina as prioridades de formação a partir da realidade demográfica e epidemiológica e, não motivada pela força política de sociedades especializadas e de professores universitários.
O ideal seria uma Câmara montada no tripé: governo, formadores de pessoal e entidades de classe. Participariam: MEC, Ministério da Saúde, CONASS, CONASEMS pelas três esferas de governo; ABRAHUE e representantes de universidades e, também a ABRAMGE, AMB, CFM e Federação Nacional dos Médicos.

domingo, 4 de março de 2007

A nova diáspora africana: médicos e enfermeiros.

Esse assunto já foi tratado aqui, no exemplo dos médicos de Gana. Agora, o The Center for Global Development publica (http://www.cgdev.org) um relatório completíssimo sobre a nova diáspora africana: a de médicos e enfermeiros. Os dados são impressionantes, por exemplo em Moçambique tem 1200 médicos trabalhando em Portugal, há mais de cinco mil médicos marroquinos na França.Faltam enfermeiros em Angola, mas há 1600 trabalhando em Portugal.Reino Unido e Estados Unidos empregam cada um 20 mil enfermeiros de vários países africanos. Em suma, países pobres financiam a formação de profissionais que têm carência e, provavelmente suprem parte da falta contratandos cubanos.
Pergunta: não seria essa transferência de mão de obra qualificada também uma diáspora infame? Talvez, somente superada por aquela outra diáspora dos séculos XVI-XIX da África para as três Américas. O texto abaixo pode ser lido na íntegra em http://www.cgdev.org/content/publications/detail/12908/
The migration of doctors and nurses from Africa to developed countries has raised fears of an African medical brain drain. But empirical research on the causes and effects of the phenomenon has been hampered by a lack of systematic data on the extent of African health workers’ international movements. We use destination-country census data to estimate the number of African-born doctors and professional nurses working abroad in a developed country circa 2000, and compare this to the stocks of these workers in each country of origin. Approximately 65,000 African-born physicians and 70,000 African-born professional nurses were working overseas in a developed country in the year 2000. This represents about one fifth of African-born physicians in the world, and about one tenth of African-born professional nurses. The fraction of health professionals abroad varies enormously across African countries, from 1% to over 70% according to the occupation and country. These numbers are the first standardized, systematic, occupation-specific measure of skilled professionals working in developed countries and born in a large number of developing countries.
Center for Global Development
New data on African health professionals abroad - Working Paper 95
Michael A. Clemens and Gunilla Pettersson
1776 Massachusetts Ave. NWThird FloorWashington DC 20036Phone: (202) 416-0700Fax: (202) 416-0750E-mail:
cgd@cgdev.org