segunda-feira, 28 de abril de 2008

Posicionamento ideológico



Localize-se na bússola político-ideológica. É divertido, gratuito e, rápido. Acesse ttp://www.politicalcompass.org/test. Estou próximo a Gandhi e Nélson Mandel conforme se vê no ponto vermelho. À esquerda da direita e à direita da esquerda. O mais liberal dos autoritários ou o mais autoritário dos liberais? A evolução ideológica é fato muito comentada e descrita, em várias culturas. Nos Estados Unidos, há uma piada entre dois indivíduos no final dos anos 90, que sintetiza parte da minha geração.
Pergunta: What about your political profile?
Resposta: During the 60's, radical; During the the 70', liberal; 80's, conservative.
Pergunta: And so, right now?
Resposta: I just follow sports!!

Uma péssima notícia: substitutos do sangue aumentam risco de infarto do miocárdio.

Não foi dessa vez que o "sonho" de um substituto para o sangue foi possível. Fica para a próxima. Essa é um péssima notícia visto que não há segurança total no controle do sangue, por melhor que seja a triagem imunológica. Está no site do JAMA.
Cell-Free Hemoglobin-Based Blood Substitutes and Risk of Myocardial Infarction and Death
A Meta-analysis JAMA. 2008;299(19):(doi:10.1001/jama.299.19.jrv80007).

Context Hemoglobin-based blood substitutes (HBBSs) are infusible oxygen-carrying liquids that have long shelf lives, have no need for refrigeration or cross-matching, and are ideal for treating hemorrhagic shock in remote settings. Some trials of HBBSs during the last decade have reported increased risks without clinical benefit. Objective To assess the safety of HBBSs in surgical, stroke, and trauma patients. Data Sources PubMed, EMBASE, and Cochrane Library searches for articles using hemoglobin and blood substitutes from 1980 through March 25, 2008; reviews of Food and Drug Administration (FDA) advisory committee meeting materials; and Internet searches for company press releases. Study Selection Randomized controlled trials including patients aged 19 years and older receiving HBBSs therapeutically. The database searches yielded 70 trials of which 13 met these criteria; in addition, data from 2 other trials were reported in 2 press releases, and additional data were included in 1 relevant FDA review. Data Extraction Data on death and myocardial infarction (MI) as outcome variables. Results Sixteen trials involving 5 different products and 3711 patients in varied patient populations were identified. A test for heterogeneity of the results of these trials was not significant for either mortality or MI (for both, I2 = 0%, P .60), and data were combined using a fixed-effects model. Overall, there was a statistically significant increase in the risk of death (164 deaths in the HBBS-treated groups and 123 deaths in the control groups; relative risk [RR], 1.30; 95% confidence interval [CI], 1.05-1.61) and risk of MI (59 MIs in the HBBS-treated groups and 16 MIs in the control groups; RR, 2.71; 95% CI, 1.67-4.40) with these HBBSs. Subgroup analysis of these trials indicated the increased risk was not restricted to a particular HBBS or clinical indication. Conclusion Based on the available data, use of HBBSs is associated with a significantly increased risk of death and MI

A nossa Big Pharma: antes tarde

Finalmente, a proposta da Big Pharma Brazil (veja reportagem da Folha de S. Paulo, abaixo) , que necessariamente será sulamericana começa a sair dos devaneios de alguns para se tornar realidade. Não há país com pesquisa científica na área biomédica sem a sua correspondente Big Pharma. Depois da concretização da empresa, a Petrobrás deveria aportar capital, tal como a Elf -petroleira francesa - fez na Sanofi permitindo à França participar do jogo dominado pelos EUA, Reino Unido, Suíca, Suécia e Japão, pelo lado da inovação e, pela India e China,no lado, não menos importante, da cópia.
BNDES planeja criar superfarmacêutica a partir de alianças
Meta é viabilizar empresa capaz de investir fortemente em inovação e contribuir para reduzir déficit comercial do setorEstratégia se assemelha ao modelo usado para criar a supertele nacional, anunciada em negócio que uniu Oi e Brasil Telecom
JANAINA LAGEDA SUCURSAL DO RIO O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) articula a criação de uma superfarmacêutica nacional, que poderia ser viabilizada a partir da fusão de grupos nacionais que atuam no setor. O banco não divulga nomes, mas afirma que está intermediando conversas entre empresas.A lógica tem semelhanças com o modelo de criação da supertele nacional: o banco tem interesse em entrar como sócio da empresa e assegurar poder de veto a operações que poderiam resultar na desnacionalização da companhia.O objetivo do BNDES é criar uma empresa com faturamento de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões, com envergadura suficiente para investir fortemente em inovação, tanto em melhoria de medicamentos como em desenvolvimento de novas drogas. Isso pode contribuir também para reduzir o déficit da balança comercial do setor, uma das mais elevadas."O presidente Luciano Coutinho tem nos orientado para trabalhar de forma pró-ativa, para tentar induzir alianças entre empresas. Essas alianças podem ser acordos mercadológicos, fusões ou aquisições. Existem conversas em andamento", afirmou Pedro Palmeira, chefe do Departamento de Produtos Intermediários Químicos e Farmacêuticos.A opção preferencial do banco é a de se tornar acionista minoritário nos novos empreendimentos, com 20% a 30% do capital. O banco defende a criação de uma empresa 100% nacional, mas admite a hipótese de associação, em fatia minoritária, com uma empresa estrangeira, desde que ela traga tecnologia de ponta para o país."A inovação é o oxigênio dessa indústria. Se os empresários não comprarem essa idéia, vamos estar relegados a um papel de periferia eterna no jogo global das indústrias farmacêuticas", afirmou. Em 2007, o déficit da balança comercial de medicamentos foi de R$ 2,775 bilhões e o de farmoquímicos (insumos na produção de farmacêuticos), de R$ 1,327 bilhão.

domingo, 27 de abril de 2008

"Mais esforço a cultuar e reforçar a diferença, em vez de buscar a igualdade"

Abaixo, reproduzo a excelente entrevista do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) sobre a questão de Roraima. Li, quase tudo publicado na imprensa brasileira. Ele foi o único que mostrou que conhece a região. Ele descreve o poder da ONGs e, a caracterização que elas fazem do índio como não-brasileiro, ao negar que os índios se sintam representados pela seleção nacional de futebol, mais conhecido como "escrete canarinho". Copio a resposta que sintetiza o desespero que muitos que sempre lutaram pela igualdade, mas agora assistem companheiros cultuando a diferença e desigualdade.

O sr. trata índios e não-índios como brasileiros, mas a antropologia pensou a demarcação como modo de preservar o diferente.

Eu sou tributário da minha formação marxista, da luta pela igualdade. Hoje, há uma grande parcela da esquerda que, depois de capitular diante das dificuldades para transformar o mundo, dedica mais esforço a cultuar e a reforçar a diferença, em vez de buscar a igualdade. Sei que isso tem peso muito grande na formação das opiniões sobre, por exemplo, convivência étnica. Mas a realidade em Roraima não se manifesta assim, eu sei porque vi, percorri toda aquela calha da fronteira, entrei nas áreas indígenas.

CQD: mão de obra paraguaia na construção civil

Está no Estadão desse domingo: empresas da construção civil estão recrutando mão de obra no Paraguai. O número apresentado é pequeno, somente onze na Norberto Odebrecht. Mas, se empresa grande que registra em carteira e paga direitos trabalhistas já está contratando estrangeiros, o que dizer então da imensa maioria de pequenos empreiteiros que trabalham na informalidade? !Qual será o impacto na assistência médica? Repito post de dezembro de 2006.
Segunda-feira, 18 de Dezembro de 2006
Bolivianos em São Paulo: implementar programas de saúde
A reportagem de O Estado de S. Paulo (17/12/06) ilustra a realidade da migração boliviana em São Paulo. Se lermos sobre a situação daquele país e, principalmente o post anterior sobre a previsão demográfica no país notaremos que trata-se de fluxo definido e definitivo. Quem teve avó que trabalhou em tecelagem como menina nos anos 10 do século passado e, com ela conheceu os meandros da indústria e comércio de roupas, não pode conter a indignação, porém não se assusta com o ocorrido. Há duas questões, uma de ordem legal e jurídica e outra social que envolve tanto a saúde com a educação. Na área da saúde há necessidade de preparar o atendimento à essa população para evitar que alguns serviços dos quais não há excesso de procura como vacinação e pré-natal sejam evitados pelos bolivianos com medo de serem identificados. Essa proposta terá críticas da direita: "imigrantes que não pagam impostos e utilizam serviços públicos" e da esquerda "conivência com a exploração do trabalho". No entanto, serviços de saúde não são "agentes de migração" nem "reparadores de injustiças históricas". Ao que consta, o Centro de Saúde-Escola da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo já atua nas ações de saúde com a população boliviana em São Paulo.
P.S. (21/12/06) O Centro de Saúde-Escola do Butantã também atua com programa específico com bolivianos morando na Comunidade São Remo.
P.S. (23/12/06) A Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros que fica na avenida Celso Garcial já se especializou em partos de mulheres bolivianas, segundo leio no número três da revista Piauí. Gostaria de lembrar a um correspondente, um pouco ansioso que todas as crianças nascidas em território nacional, de pais estrangeiros, legais ou não, são cidadãos com os mesmo direitos que os descendentes diretos de Bartira e João Ramalho.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

A demografia como destino: Paraguai e Bolívia

As eleições no Paraguai e a situação da Bolívia levam em conta questões meramente comerciais ou então patrióticas, atualizadíssimas para o século XIX. São Paulo não é mais o caminho de tropas para a Guerra do Paraguai. Mas, uma megalópolis que cada vez mais atrai estrangeiros, principalmente da Bolívia. Quem duvidar, vá até o terminal Barra Funda ou transite pelo Bom Retiro. A rápida transição demográfica brasileira e, a melhoria das condições no Nordeste implicam necessariamente que São Paulo será cada vez mais um imã para as populações desses dois países, principalmente para os pobres, se não houver melhoria econômica no Paraguai e Bolívia. Para a cidade, não há interesse algum em receber mais imigrantes nas condições como eles vivem, a não ser para quem explora a mão-de-obra semi-escrava. Por isso, nada mais adequado do ponto de vista estratégico que o Brasil colabore o máximo possível para o desenvolvimento desses dois países, por exemplo com apoio a ações sanitárias básicas, programas de imunização, vigilância sanitária (os bancos de sangue nesses países não tem controle) e, assistência farmacêutica.

Descoberto agente causador das mortes pela heparina produzida na China

Está no The New England Journal of Medicine dessa semana a explicação das mortes mais de setenta nos EUA em decorrência da heparina produzida na China.
Contaminated Heparin Associated with Adverse Clinical Events and Activation of the Contact System
Background There is an urgent need to determine whether oversulfated chondroitin sulfate (OSCS), a compound contaminating heparin supplies worldwide, is the cause of the severe anaphylactoid reactions that have occurred after intravenous heparin administration in the United States and Germany.
Methods Heparin procured from the Food and Drug Administration, consisting of suspect lots of heparin associated with the clinical events as well as control lots of heparin, were screened in a blinded fashion both for the presence of OSCS and for any biologic activity that could potentially link the contaminant to the observed clinical adverse events. In vitro assays for the activation of the contact system and the complement cascade were performed. In addition, the ability of OSCS to recapitulate key clinical manifestations in vivo was tested in swine. Results The OSCS found in contaminated lots of unfractionated heparin, as well as a synthetically generated OSCS reference standard, directly activated the kinin–kallikrein pathway in human plasma, which can lead to the generation of bradykinin, a potent vasoactive mediator. In addition, OSCS induced generation of C3a and C5a, potent anaphylatoxins derived from complement proteins. Activation of these two pathways was unexpectedly linked and dependent on fluid-phase activation of factor XII. Screening of plasma samples from various species indicated that swine and humans are sensitive to the effects of OSCS in a similar manner. OSCS-containing heparin and synthetically derived OSCS induced hypotension associated with kallikrein activation when administered by intravenous infusion in swine. Conclusions Our results provide a scientific rationale for a potential biologic link between the presence of OSCS in suspect lots of heparin and the observed clinical adverse events. An assay to assess the amidolytic activity of kallikrein can supplement analytic tests to protect the heparin supply chain by screening for OSCS and other highly sulfated polysaccharide contaminants of heparin that can activate the contact system

domingo, 20 de abril de 2008

Infeccão e Doença Coronariana: a hipótese de Maria Inês Azambuja

Maria Inês Azambuja é professora do departamento de medicina social da UFRGS. Ela advoga há muito a hipótese da associação de epidemias como a gripe espanhola no anos 10 e, depois o pico da mortalidade por doença coronariana na década de 50. O texto mais amplia a análise e, inclui outras hipóteses. O texto completo poderá ser solicitado á autora em miazambuja@terra.cm.br
The inflammation paradigm: Towards a consensus to explain coronary heart disease mortality in the 20th century. CVD Prevention and Control (2008) 3, 69�76
Summary The etiology of coronary heart disease (CHD) has been debated over thelast 60 years. There exists an alternative explanation to the rise in CHD mortality,consonant with knowledge about the role of inflammation. It is proposed that acohort association existed between rates of vulnerability to influenza deaths in1918 and CHD mortality among survivors from those vulnerable birth cohorts.According to this hypothesis, hypercholesterolemia may have been a marker ofthe 1918 immune-priming, with CHD deaths resulting from bursts of endothelialinflammation and thrombosis associated with influenza re-infections during the followingdecades. We propose a reconsideration of the way we model atherogenesis,from initiation and promotion to vulnerable substrate(s) and trigger(s).Also suggested, based on this hypothesis, is a possible shared condition between vulnerablesubstrates, which upon triggering, is associated with evolution to acuteevents, through an imbalance between COX and LOX products. This paradigm hasimplications for global prevention policies.

Demografia é destino: leituras do feriadão

A demografia finalmente entrou na moda. Planejar com dados de natalidade, mortalidade, nupcialidade, migração deveria ser obrigação, mas é exceção. A revista Exame traz na reportagem de capa onde utiliza todos os dados mais recentes sobre fecundidade, natalidade e mortalidade para traçar um panorama de consumo nas próximas décadas. Além disso, presenteia os leitores do site da revista com acesso a um aula de José Diniz Alves ( jose.diniz@ibge.gov.br ) que será também disponibilizada nesse blogue. Interessante notar que tanto os planejadores do SUS e, principalmente os professores da área de saúde não atentaram para a necessidade de considerar a demografia como destino, não como curiosidade. Bem, além de exame, mais três reportagens de folego.
O Estado de S.Paulo traz uma reportagem excelente sobre a situação italiana, onde a estagnação atende pelo nome de "encolhimento populacional". E, melhor ainda dados exclusivos de pesquisa feita pela UnB/UERJ sobre aborto no Brasil que reproduzo abaixo, a parte inicial
Brasileira que aborta é católica, casada, trabalha e tem filho, por Simone Iwasso
A brasileira que faz aborto é uma mulher casada, que já é mãe, trabalha fora e tem, em média, entre 20 e 29 anos. É católica e tem alguma escolaridade - completou ao menos os oito anos do ensino fundamental. A decisão pela interrupção da gravidez é tomada com o parceiro. Por se tratar de uma prática ilegal no País, ela opta por métodos caseiros, como ingestão de chás e ervas, misturados ao uso do misopostrol, medicamento de uso restrito cujo nome comercial é Cytotec. Apenas 2,5% das mulheres que abortaram ficaram grávidas ao terem uma relação eventual.
A Folha de S.Paulo publica pesquisa Datafolha com dados intrigantes sobre maternidade-paternidade: Quatro em cada dez filhos não foram planejados, por Antônio Gois.
A mais nova pesquisa Datafolha sobre fecundidade mostra que mais de 50 anos depois da invenção da pílula anticoncepcional, quatro em cada dez gestações ocorridas no Brasil não foram planejadas. E, embora isso aconteça com mais freqüência entre os mais jovens (56%) e os mais pobres (44%), não é fenômeno exclusivo deles: entre os que estão no topo da pirâmide social, 34% tiveram filhos sem planejar.
Cristiane Cabral, pesquisadora do Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos, lembra que esses percentuais seriam ainda maiores se fossem consideradas as gestações que acabaram em aborto, que não foram contabilizadas pela pesquisa.
"É sempre importante ter acesso à informação, mas o aprendizado sobre o manejo contraceptivo se dá também na prática, a partir da experiência de cada um, na tentativa e erro. Imprevistos acabam acontecendo, em todas as faixas etárias ou de renda", afirma.
A demógrafa Suzana Cavenaghi, da Ence (Escola Nacional de Ciências Estatísticas, do IBGE) e secretária-geral da Associação Latino-Americana de População, afirma, no entanto, que não se deve confundir gravidez não-planejada com não-desejada. "É diferente, porque pode-se desejar ter o filho após saber da gravidez", diz Suzana. O Datafolha perguntou também a pais e mães: "Se pudesse voltar no tempo, você teria o mesmo número de filhos, mais, menos ou nenhum?" A maioria dos entrevistados (60%) afirmou que faria escolhas diferentes: 24% teriam menos filhos, 21% teriam mais e 15% não teriam filhos..

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Malária: repercussão do anúncio da FIOCRUZ

Brazil Details Single-Dose Drug Combination for Malaria
Associated PressApril 17, 2008 10:57 p.m.
RIO DE JANEIRO -- Brazil announced a new malaria treatment Thursday that scientists say offers a potentially cheap and effective way to attack a disease that largely afflicts the world's poor. The treatment, developed by the Brazilian government in conjunction with the Drugs for Neglected Diseases Initiative, combines existing malaria drugs artesunate and mefloquine into a single, fixed-dose tablet and reduces the cost of treatment.
A key benefit is that it reduces the number of tablets patients must remember to swallow. "Now they only need take one to two tablets a day for three days," said Bernard Pecoul, executive director of the Drugs for Neglected Diseases Initiative, an international alliance of seven health organizations. "The fixed dose combination will probably mean greater adherence to the treatment program," said Keith Carter, regional adviser on malaria at the Pan American Health Organization, who was not involved with the treatment's development. Mr. Carter said he had not seen the result of the Brazilian study and could not comment on it. But he noted that the World Health Organization has recommended similar combination treatments for several years and said development of a single, fixed-dose medication should make treatment easier and more effective. Another single-dose combination is available to fight malaria, but Mr. Pecoul said this combination was more effective. Mr. Pecoul said developers would not try to patent the new treatment because they are trying to reduce the cost of attacking a disease that mainly affects the poor. The Brazilian government will distribute the medication, known as ASMQ, free of charge and will transfer the technology to India for production and distribution in Southeast Asia, where a full course of treatment should cost around $2.50. A field study involving 17,000 patients in Brazil's Amazon state of Acre showed that the incidence of malaria dropped by 70% over a year, Mr. Pecoul said. A similar study in the Peruvian Amazon where the two drugs were used in separate doses only showed a drop of 50%. Carlos Morel, one of the drug's developers and director of Brazil's Center for Developing Medical Technology at Fiocruz/Farmanginhos, said the number of patients hospitalized with malaria in the Brazilian region dropped from 2,500 to only 500 over the course of the year.
Copyright © 2008 Associated Press

terça-feira, 15 de abril de 2008

Uma baixaria comprovada: a falsa autoria de ensaios clínicos por acadêmicos

JAMA publica artigo que será motivo de muita discussão e, com certeza será um marco na luta contra degeneração da profissão médica e da universidade provocada pelos "vendilhões do templo". A autoria de ensaios clínicos produzidos pela indústria eram oferecidos a professores universitários que se tornavam autores sem participar do estudo. Com isso a empresa ganhava credibilidade acadêmica. Há exemplos em todos os lugares do mundo, no Brasil onde há speakers e também ventríloquos da Big Pharma há artigos obviamente feitos na indústria com falsos autores com filiação em universidades.
Tudo isso foi possível porque os processos constra Merck no casos Vioxx permitiram cruzar os dados da empresa com os disponíveis nos banco de dados médicos como o PubMed.
Guest Authorship and Ghostwriting in Publications Related to Rofecoxib. A Case Study of Industry Documents From Rofecoxib Litigation Joseph S. Ross, MD, MHS; Kevin P. Hill, MD, MHS; David S. Egilman, MD, MPH; Harlan M. Krumholz, MD, SM JAMA. 2008;299(15):1800-12.
Context Authorship in biomedical publication provides recognition and establishes accountability and responsibility. Recent litigation related to rofecoxib provided a unique opportunity to examine guest authorship and ghostwriting, practices that have been suspected in biomedical publication but for which there is little documentation.
Objective To characterize different types and the extent of guest authorship and ghostwriting in 1 case study. Data Sources Court documents originally obtained during litigation related to rofecoxib against Merck & Co Inc. Documents were created predominantly between 1996 and 2004. In addition, publicly available articles related to rofecoxib identified via MEDLINE.
Data Extraction All documents were reviewed by one author, with selected review by coauthors, using an iterative process of review, discussion, and rereview of documents to identify information related to guest authorship or ghostwriting.
Data Synthesis Approximately 250 documents were relevant to our review. For the publication of clinical trials, documents were found describing Merck employees working either independently or in collaboration with medical publishing companies to prepare manuscripts and subsequently recruiting external, academically affiliated investigators to be authors. Recruited authors were frequently placed in the first and second positions of the authorship list. For the publication of scientific review papers, documents were found describing Merck marketing employees developing plans for manuscripts, contracting with medical publishing companies to ghostwrite manuscripts, and recruiting external, academically affiliated investigators to be authors. Recruited authors were commonly the sole author on the manuscript and offered honoraria for their participation. Among 96 relevant published articles, we found that 92% (22 of 24) of clinical trial articles published a disclosure of Merck's financial support, but only 50% (36 of 72) of review articles published either a disclosure of Merck sponsorship or a disclosure of whether the author had received any financial compensation from the company.
Conclusions This case-study review of industry documents demonstrates that clinical trial manuscripts related to rofecoxib were authored by sponsor employees but often attributed first authorship to academically affiliated investigators who did not always disclose industry financial support. Review manuscripts were often prepared by unacknowledged authors and subsequently attributed authorship to academically affiliated investigators who often did not disclose industry financial support.

Speakers: fora de moda nos EUA...

Excelente reportagem do The New York Times mostrando que várias lideranças médicas abandonaram o papel de speakers da indústria. Um bom começo.
With little fanfare, a small number of prominent academic scientists have made a decision that was until recently all but unheard of. They decided to stop accepting payments from food, drug and medical device companies. No longer will they be paid for speaking at meetings or for sitting on advisory boards. They may still work with companies. It is important, they say, for knowledgeable scientists to help companies draw up and interpret studies. But the work will be pro bono. The scientists say their decisions were private and made with mixed emotions. In at least one case, the choice resulted in significant financial sacrifice. While the investigators say they do not want to appear superior to their colleagues, they also express relief. At last, they say, when they offer a heartfelt and scientifically reasoned opinion, no one will silently put an asterisk next to their name. They are part of a group responding to accusations of ethical conflicts inherent in these arrangements, and their decisions repudiate decades of industry influence, says Dr. Jerome P. Kassirer, a professor at the Tufts School of Medicine, who has written a book on conflicts of interest. Five years ago, “nobody paid any attention to taking money from industry,” he said, adding: “They just took it. In some instances, I think people thought they were suckers if they didn’t.”

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Extirpação de órgãos em Kosovo?

O comércio de órgãos, principalmente dos rins, tem sido abordado aqui em vários posts. (clique aqui). Hoje, no blog do Alon há menção a extirpação à força de órgãos por guerrilheiros kosovares. A história parece fantasiosa. Porém, a autora - Carla del Ponte - e, o jornal que divulgou a denúncia - El País merecem crédito. O livro sobre o ocorrido foi publicado em italiano em co-autoria com o ex-correspondente do The New York Times.
Abaixo, trecho da reportagem que pode ser lida na íntegra (clique aqui):
En el verano de 1999, entre 100 y 300 prisioneros serbios en manos de la guerrilla del Ejército de Liberación de Kosovo (UÇK, en sus siglas albanesas) fueron llevados en camiones a una casa de Burrel (Albania), con la complicidad del actual primer ministro kosovar y ex líder guerrillero Hashim Thaçi. Una vez allí, se les extirpaban diversos órganos para ser utilizados en el tráfico internacional, hasta que los prisioneros perdían la vida. Tales aseveraciones forman parte del libro La caza. Yo y los criminales de guerra, publicado en italiano por Carla del Ponte, ex fiscal del Tribunal Internacional Penal para la ex Yugoslavia, constituido por el Consejo de Seguridad de la ONU para juzgar los crímenes de aquella guerra.
La obra, escrita en colaboración con Chuck Sudetic, ex corresponsal en la zona de The New York Times, se ha publicado esta semana en Milán y ha suscitado inmediatamente la polémica. Del Ponte cuenta en el libro que la oficina dirigida por ella en el Tribunal para Yugoslavia "comenzó a recibir informaciones a lo largo del verano de 1999 sobre unas 300 personas que habrían sido transportadas en camiones cruzando la frontera hacia el norte de Albania (...) A los prisioneros más jóvenes, sanos, fuertes y mejor alimentados se les evitaban los golpes. Eran atendidos por personal médico y posteriormente transferidos a otras estructuras de detención en Burrel. Allí eran alojados en una casa amarilla utilizada como quirófano clandestino donde les extirpaban órganos".

Prescrição mais cara nos Estados Unidos

The New York Times apresenta os novos problemas da assistência farmacêutica nos Estados Unidos, onde as companhias de seguro estão repassando parte do custo aos segurados. Esse problema não existe no Brasil, onde o Sistema Único de Saúde cobre todos esses medicamentos, mesmo prescritos por médicos de convênios, seguradoras ou particulares.
E, ainda há "cara de pau" na imprensa, universidades, associações médicas, empresas farmacêutica criticando o SUS...
Abaixo trecho da reportagem (clique aqui para conteúdo completo):
Health insurance companies are rapidly adopting a new pricing system for very expensive drugs, asking patients to pay hundreds and even thousands of dollars for prescriptions for medications that may save their lives or slow the progress of serious diseases. With the new pricing system, insurers abandoned the traditional arrangement that has patients pay a fixed amount, like $10, $20 or $30 for a prescription, no matter what the drug’s actual cost. Instead, they are charging patients a percentage of the cost of certain high-priced drugs, usually 20 to 33 percent, which can amount to thousands of dollars a month. The system means that the burden of expensive health care can now affect insured people, too. No one knows how many patients are affected, but hundreds of drugs are priced this new way. They are used to treat diseases that may be fairly common, including multiple sclerosis, rheumatoid arthritis, hemophilia, hepatitis C and some cancers. There are no cheaper equivalents for these drugs, so patients are forced to pay the price or do without. Insurers say the new system keeps everyone’s premiums down at a time when some of the most innovative and promising new treatments for conditions like cancer and rheumatoid arthritis and multiple sclerosis can cost $100,000 and more a year

domingo, 13 de abril de 2008

Dica de leitura no Estadão: a balela da osteopenia

Nesse domingo, O Estado de S.Paulo reproduz artigo publicado originalmente no The Washington Post de Shannon Brownlee, autora de Overtreated: Why Too Much Medicine Is Making Us Sicker and Poorer. O artigo é uma delícia. A autora ridiculariza os alardes dos especialistas, denuncia mentiras deslavadas e repetidas como "o câncer de mama é o que mais mata mulheres" (são as doenças cardíacas) e, traz um exemplo de "não-doença": a osteopenia. Uma entidade clínica inexistente, mas cuja exploração econômica é das mais rentáveis pela Big Pharma. Claro, que não poderia faltar o "pré-diabetes" e a "pré-hipertensão". Eu incluiria também a "síndrome metabólica".

sábado, 12 de abril de 2008

The Lancet: editorial sobre dengue no Rio de Janeiro

The Lancet aborda tema já aqui apresentado: a importância climática no aumento de casos de dengue (clique aqui) e, em editorial condena os governos brasileiros na três esferas pela epidemia no Rio de Janeiro. Leia abaixo.
International action needed on dengue
The statistics on dengue have been getting increasingly alarming over the past few years with 2·5 billion people now living in areas that put them at risk of becoming infected with the virus. Yet the world seems unprepared to tackle this growing global epidemic, as the citizens of Rio De Janeiro know only too well.
This year, almost 50000 people in this Brazilian State have been infected with the dengue virus and over 60 people have died. But the death toll is rising and the situation is causing public panic. Treatment of dengue with precise fluid and colloid correction can reduce the mortality rate from 5% to 1%. Such treatment needs to be given swiftly to prevent the devastating clinical consequences of dengue haemorrhagic fever and dengue shock. Yet local hospitals have been unprepared and three military field clinics have been opened to help ease the pressure on overcrowded emergency departments.
The outbreak has also triggered an ugly display of finger pointing with President Lula de Silva, the State Governor, the State Minister of Health, and the city's Mayor all blaming each other for mishandling the crisis and for being ill-prepared. The doctors' union in Rio de Janeiro has also announced that it would press charges against the city, state, and federal governments for negligence in the prevention of, and fight against, dengue fever.
Such accusations are unhelpful and detract from the effort to control dengue. Environmental experts and infectious disease specialists disagree over the role of climate change in the rise of dengue but everyone seems to agree that urbanisation is a contributing factor. And since 77% of the population of Latin America now lives in urban areas, and over half of the world's population will live in cities by 2050, an increasing number of dengue outbreaks is inevitable unless the international community takes urgent action. There is a pressing need for a comprehensive, coordinated, and cohesive international action plan to help affected countries tackle disease prevention and also to assist in the scale-up of immediate treatment to affected populations when outbreaks occur.
The Lancet

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Situação da saúde no Chile: bom exemplo?

Recebi do Karl e, recomendo o seu site " Ecce Medicus": http://eccemedicus.blogspot.com
Copiei a mensagem sobre o sistema de saúde chileno.
Quarta-feira, 9 de Abril de 2008
Solo Epistemológico
A Reforma Neoliberal da Saúde no Chile vem sendo elogiada, em especial, pelo Banco Mundial, que se refere a ela como exemplo para outros países. Entretanto, há uma série de críticas quanto a forma como ela vem sendo realizada desde seu início, no governo Pinochet (1973–1989).Este artigo da PlosMedicine analisa as mudanças realizadas e chama atenção para o aumento dos gastos e o financiamento público do sistema privado:

terça-feira, 8 de abril de 2008

Vai mal o "sistema" de saúde americano: todos no pronto-socorro

A reportagem do The Wall Street Journal exagera a chamar de ricos aqueles com renda quatro vezes acima do nível de pobreza nos Estados Unidos. Mas, mostra o quão complicado é a situação da assistência médica naquele país. O acesso a consulta não é simples. A marcação de consulta em consultório é tão complicada quanto no nosso serviço público. A hora marcada não é bem na hora marcada e, por aí vai uma série de problemas no relacionamento médico-paciente que desemboca na procura do pronto-socorro para atendimentos de problemas sem risco de morte.
April 8, 2008, 2:52 pmRich,
Not Poor, Are Crowding Emergency Rooms Posted by Jacob Goldstein
This is the conventional wisdom: Priced out of health insurance, ever more Americans are crowding into emergency rooms because they can’t afford a trip to the doctor.Yes, ERs are getting busier. But it’s not because of poor people or the uninsured, according to this analysis in the Annals of Emergency Medicine.The study is based on national surveys conducted between 1996 and 2004. During that time, overall visits to the ER increased by 26% — but a disproportionate share of the growth came from those whose incomes put them at more than four times the poverty level, and who typically get their care at a doctor’s office. The percentage of uninsured ER patients remained flat, at roughly 15%.The researchers did the study because the conventional wisdom didn’t seem to match the on-the-ground experience of ER docs. Instead, they saw a rise in ER traffic across the demographic spectrum, said Jonathan A. Showstack a study author based UCSF’s Institute for Health Policy Studies.“Focusing the political debate and the health-care debate about the overuse and sometimes the ‘abuse’ of emergency departments by the poor and the uninsured is really missing the point,” he told the Health Blog. “It’s based on the wrong assumptions and an incorrect interpretation of what’s really going on.”While expanding health insurance coverage may sound like a big enough issue to tackle, the findings of the study suggest that it wouldn’t do much to slow the influx of patients to emergency departments.Instead, the the authors conclude, “increase in ED use may be attributable to lack of ready access to primary care and other structural problems in the health care system.” Trying to fix those will make the insurance issue look easy.

domingo, 6 de abril de 2008

Ne sutor supra crepidam

Leitores, amigos e jornalistas pedem que opine sobre uma variedade de assuntos, os quais tenho com essses interlocutores o mesmo interesse e conhecimento. Talvez, possa somente indicar alguém com mais lustro e experiência.
Se, comento alguns desses temas é porque compartilho como os leitores, textos esclarecedores. Não sou Caetano Veloso, nem Glauber Rocha e outros da blogosfera que falam sobre tudo. Há muito tempo, um herdeiro de Plínio orientou-me a não ir além das sandálias.

Ensaios Clínicos em Cardiologia: 2008

A reunião anual do American College of Cardiology em março, juntamente com a da American Heart Association em novembro é local privilegiado de divulgação de novos ensais clínicos. Criei uma seção "Ensaios Clínicos em Cardiologia" onde há onze artigos originais com acesso livre ou em alguns casos utilizando o acesso CAPES.

Advertência do Mestre: usina do Rio Madeira

De Luiz Hildebrando Pereira da Silva, médico, parasitologista, professor cassado da Faculdade de Medicina da USP em 1969, pesquisador do Instituto Pasteur no Estadão, hoje:
" Que digam alto por aí o nós daqui estamos anunciando baixinho, preventivamente, em Rondônia sobre epidemias a evitar, nas áreas de impacto das usinas hidrelétricas do Rio Madeira....Trata-se de possíveis epidemias de malária, febre amarela, febre tifóide, hepatites A e gastroenterites, repetindo o drama que aconteceu muitas décadas atrás na construção da Ferrovia Madeira-Mamoré.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Os hospitais filantrópicos americanos: alguma semelhança?

Abaixo trecho de reportagem do The Wall Street Journal apresentando a situação dos hospitais ditos filantrópicos, cada vez mais ricos, mas com impacto nas isenções fiscais.

Nonprofit Hospitals, Once For the Poor, Strike It Rich
By John Carreyrou and Barbara Martinez
Word Count: 2,530
Nonprofit hospitals, originally set up to serve the poor, have transformed themselves into profit machines. And as the money rolls in, the large tax breaks they receive are drawing fire.
Riding gains from investment portfolios and enjoying the pricing power that came from a decade of mergers, many nonprofit hospitals have seen earnings soar in recent years. The combined net income of the 50 largest nonprofit hospitals jumped nearly eight-fold to $4.27 billion between 2001 and 2006, according to a Wall Street Journal analysis of data from the American Hospital Directory. AHD, an information-service company, compiles data that hospitals report ...

terça-feira, 1 de abril de 2008

Violino ainda desafinado: Stradivarius e o Acomplia

Estou soterrado com inúmeros ensaios clínicos divulgados no ACC-08 , sessão científica que terminará amanhã (quarta-feira) em Chicago. Pelo jeito, somente terminarei a leitura no início do ACC-09!
Um destaque publicado no JAMA com acesso livre para o estudo STRADIVARIUS que tem como objetivo verificar o uso do rimonabant (Acomplia na Europa; registro não autorizado nos EUA pelo FDA e, aprovado pela ANVISA, mas ainda não lançado no Brasil). Esse medicamento era planejado pela empresa para ser um "blockbuster". Houve excesso de propaganga liminar (e, anti-ética), importação do medicamento da Europa etc etc. Mas, médicos brasileiros revelaram que pacientes em uso do medicamento tiveram alteração de humor importante. Nesse estudo, o rimonabant foi efetivo em reduzir peso, circunferência da cintura, glicemia, mas não alterou a luz da artéria coronária. Por outro lado, os participantes que fizeram uso do medicamento apresentaram o dobro de "distúrbios psiquiátricos" do que aqueles que utilizaram placebo.

Few strategies for management of obesity have yielded long-term success. Accordingly, there exists considerable interest in developing new pharmacological approaches to treatment of abdominal obesity and its metabolic consequences. One promising approach is inhibition of the cannabinoid type 1 (CB1) receptors, which are present in both the central nervous system and peripheral tissues. Inhibition of CB1 receptors results in reduced food intake and decreased body weight and produces metabolic effects that include an increase in HDL-C levels and reductions in levels of triglycerides, high-sensitivity C-reactive protein (hsCRP), and glycated hemoglobin (HbA1c) in patients with diabetes.The first CB1 antagonist to reach the market is rimonabant, which is available in several countries but has not yet been approved by the US Food and Drug Administration (FDA). In June 2007, an FDA panel did not recommend approval of rimonabant pending clarification of safety issues, primarily psychiatric adverse effects, including anxiety and depression.